segunda-feira, 17 de março de 2008

Capítulo 2: Cumê Escondido é feio seu Cabral....



Logo os índios começaram a achar isso injusto, pois só as mulheres eram convidadas (com exceção de um índio convidado de vez em quando, porque havia um tripulante que atendia pelo nome de Serguei...). Então os índios se revoltaram, decretando via sinal de fumaça, que as festividades tinham de ser feitas na praia. Segundo as palavras tortas do velho cacique (que tinha a masculinidade posta em dúvida) seriam "emterra firme" (lá nele...).
Á partir daí começaram as preparações. As primeiras festas foram feitas a pé mesmo e como ninguém tinha roupa, eles adotaram a falta de cortes de pano como sendo a fantasia oficial dos carnavais (o que, aliás é tradição até hoje nas escolas de samba do Rio.). Após alguns carnavais (alguns deles já com a participação de ídolos que continuam até hoje, como Margareth, Tatau, Durval, Tuca, Netinho, Bell..), eles notaram que andar a pé era bastante árduo e cansativo. Essa conclusão veio após Ivete Sangalo lançar a música "Carro Velho".
Logo eles começaram a pensar: “Porque não fazer essa folia toda com um carro para ajudar?”. E então vinha um outro problema: “Como esse veículo iria se locomover? Através de que combustível?”. Foi aí que eles lembraram que as embarcações que os trouxeram tinha um combustível, as VELAS. Afinal eram elas que proporcionavam luz para os marujos à noite.... e pensaram: “Porque não usar isso?”.
Foi aí que surgiram os carros à vela, e para encurtar o nome “caravela”, que virou mais tarde o nome de batismo das embarcações (Aliás, baiano tem essa mania, né? Se alguém se chama Tiago, logo vira "Ti". Se um cara se chama Bernardo, logo vira "Bê". Se alguém se chama Antônio Carlos Magalhães, logo vira “Tôinhum”, depois ACM. Ou se alguém se chama Luíz Eduardo Magalhães é reduzido a um simples "Luizin").
O primeiro trio elétrico, que na verdade era carro à vela, que derivava da palavra caravela surgiu dez horas depois (afinal para se fazer festa o pessoal por aqui tem um talento nato!!) e então já vinha Gilberto Gil e o resto do povo para o grande encontro de trios no barranco do bar do seu Alves (atualmente conhecida por Praça Castro Alves.).
Já estava indo embora a tarde de carnaval (hoje chamada de a primeira missa no Brasil), quando o E.T. acordou ainda disperso e tossindo água. Ele não tinha entendido o que aconteceu para a sua nave perder o controle e cair perto da praia, afinal ele tinha feito o cálculo perfeito daquela manobra de reconhecimento passada pelo seu superior, que consistia em verificar o que era aquele “furdunço”, pois desde a época das Cruzadas não havia visto tanta gente aglomerada em tão pouco espaço.
Estando ele então diante de um trio diferente (sim, pois o trio do Chiclete foi o primeiro a fazer utilização de transistores, que eram componentes eletrônicos responsáveis por dar mais potência aos trios.), dedicou maior tempo na observação. O que diga-se de passagem foi fatal para a sua nave, pois a freqüência utilizada pela guitarra de Bell Marques do Chiclete com Banana® (aliás, nome esse que tinha sido substituído havia pouco pelo nome Scorpius, a mesma banda utilizada pelo cantor, e que tocava em bailes e formaturas antes de subir nos veículos sonorizados.) na execução da música saia rodada, nas primeiras estrofes...
“-Vista sua saia bem rodadaCom a blusa levantadaQue lá vem a batucadaLevantar poeira, eira...”

-nota do escritor: Prestem bem atenção nesse trecho...
Fez com que o flaybeck¹ da nave desconectasse brevemente o navegador dos dispositivos de controle, deixando-a momentaneamente com os espectros de navegação floaidal em disparidade a nível de conflito catrastoficamente catastrófico com os capacitores de fluxo², o que ocasionou numa falha grave nos agentes direcionais da máquina, por fim terminando com a colisão da nave. (Ufa! E pensar que essa descrição toda poderia ser substituída por: -fazendo a nave perder o controle...)

...E continuou andando, trôpego pela avenida oceânica, quando um folião com o abadá do Cerveja & Cia passa, e comenta:

-É isso aí man, e toma cachaça!!!

Instantes depois um integrante do arrastão organizado, registrado e sindicalizado de Salvador, vendo aquela criatura exótica, começa a observá-la com mais atenção e faz um breve comentário com um parceiro:

-Ih! Olha lá aquele cara, que fantasia bizarra!
-Eh! Isso aí deve de ser gringo..
-Esses gringo é cheio de onda mesmo vú? Esse daí ta até parecendo aquele bicho que apareceu em varginha em 1996....
-É mermo, mas pra usar uma fantasia dessas, esse gringo deve ter dinheiro....
-É, bora lá ver?
-Bora!

Saíram os dois na cola do, ainda perturbado pelo impacto, E.T. Até que eles chegaram mais perto e um tomou a iniciativa de abordar o ser extraterreno de uma maneira muito carinhosa, e receptiva...

-Bora! Gringo, Vagabundo, FDP, Seu madêfoqui³! (Essa é pra quem já foi assaltado. Já notaram que o ladrão chega nos chamando pela mesma alcunha à qual ele pertence? Isso é algo digno de estudo...) Passa o dinheiro, o abada, a fantasia e o redondo!

Mais perturbado ainda com a situação o E.T. correu com todas as forças e foi parar atrás do trio da Timbalada. Lá estava ele, bem no meio da galera baixo-astral que fica atrás do trio batendo de maneira bastante democrática em mulheres, padres, gestantes, crianças, idosos, até o pai ou a mãe deles se passar apanha... Enfim, batem em todo mundo. (Aliás, acho que medidas deveriam ser tomadas para que certos trios, tidos como os mais violentos no circuito da folia pudessem minimizar a fama que possuem. Uma sugestão minha, consiste em tirar de atrás desses trios os caminhões de apoio, e colocar uma ambulância do SAMU e três rabecões, porque quem fosse apanhando, e até o momento do atendimento ainda possuísse algum sinal vital seria colocado na ambulância, e aqueles que fossem massacrados e pisoteados que são em maior quantidade... já teria um grupo para recolher com a pá e jogá-los no rabecão...). Foi ali que o ser extraterreno não teve chance, teve o seu maxilar quebrado, as calças e sua virgindade brutalmente arrancados, seu dinheiro, seu orgulho e tudo mais...




...Será que o Alien, sobreviverá? E se sobreviver, será que conseguirá recuperar a sua dignidade? Suas pregas, sua vontade de viver?
Por onde raios andará Luiz Caldas?
...E agora caros amigos, vou um pouco mais longe... E onde estará Beto Barbosa?
Será que ainda canta “Preta”?
...Mas outra pergunta: porque pararam de exibir Bozo? Eu curtia demais aquele palhaço...
...Bem, depois de deixa-los nesse ímpar momento reflexivo, vou ali preparar o capítulo 3, porque se não Laísa Eça vai se injuriar.


(CONTINUA)




¹-flaybeck – componente eletrônico de tv, que o técnico eletrônico sempre alegava estar com defeito quando a TV aqui de casa dava defeito.
²-capacitores de fluxo ou capacitores de campo temporal - que é isso gente, não precisa franzir a testa! Isso foi nada mais, nada menos do que um breve momento “De volta para o futuro”...
³-madêfoqui – adj, Subs, genérico provavelmente derivado do inglês: mother fucker.


NÊGO, TEU CABELO É CACHEADO, MAS É DURO! Ou A PELEJA DE LUÍZ. ®
2008 Laísa Eça e Halisson Oliveira all rights reserved®

Cobra com Pavão Produções ®

domingo, 2 de março de 2008

NÊGO, TEU CABELO É CACHEADO, MAS É DURO! Ou A PELEJA DE LUÍZ.

Num belo dia de domingo, a Colombina encontra um amigo que conheceu em uma de suas andanças espetaculares. E se preparam pra uma conversa que se iniciaria assim:


O Halisson diz:
êita colombina! rs
Colombina diz:
helloooooo
Colombina diz:
pega ela aí
Colombina diz:
pega ela aí
Colombina diz:
pra que?
Colombina diz:
pra passar batom
Colombina diz:
quer cor?
Colombina diz:
de violeta
Colombina diz:
na boca e na buchecha
Colombina diz:
uhu
O Halisson diz:
¬¬_ sim.. Luis Caldas...
O Halisson diz:
huahahah
Colombina diz:
hehehe....me amarro!!!


Deste magnífico diálogo, surge então a história fantástica desde pioneiro da musica baiana, contada em capítulos envolventes por "halissondjo":



NÊGO, TEU CABELO É CACHEADO, MAS É DURO! Ou A PELEJA DE LUÍZ.



Pois é, era uma primavera de 1989...
..o Sol, estava com cara de verão, quando nessa bela manhã eis que me chega uma imagem.. Tratava-se da capa do disco "Fricote" de Luíz Caldas, numa resolução de 1280X820, ou algo parecido....
Instantes depois (ou seria em questão de segundos) a Bahia toda canta as mesmas músicas em unísono, o que faz com que as canções pareçam hinos...
Surge um ídolo num caminhão gigante, e suas caixas de som, que fazem a música reverberar por várias avenidas. Era apelidado pelo nome carinhoso de "trio elétrico"(aliás o nome deriva dos dinossauros do carnaval Dodô, Osmar, e Armandinho, apelido dado graças à maneira contagiante com a qual eles tocavam as marchinhas de Cabral.. à maneira "élétrica" com a qual o faziam..). Sim, um ídolo, que mas parece um cruzamento de Jimmy Hendrix com Janis Joplin em plena aldeia hippie de Camaçari-Ba.
Sim, era menino e nasceu para louvar a Bahia, para louvar a baianidade, que é algo lindo e que todo baiano nascido na bahia tem.. (momento caetano e gilberto..).
Nasceu para louvar a nêga, mas não é qualquer uma só as do cabelo duro...
"Luiz.....cabelos emaranhados, pés descalços, em cima de um caminhão roots, com caixas de som em cima.....cantando Tieta do Agreste....e o povo correndo atrás do pioneiro trio elétrico.
Montando um cenário mais surreal seria algo como: "...e então surge ele levando várias e várias pessoas a seguirem-no, tal qual súditos a seguir um semi-deus, semi-homem, semi-índio, pelas ladeiras e avenidas da capital soteropolitana de uma maneira ao mesmo tempo natural e fortuita era ele mesmo, que dormiu Luizinho do picolé capelinha , e acordou Luiz Caldas,
Luís Lazareno Leôncio Leonildo Leôni Lenine Caldas, traspirando baianidade para os irmãos soteropolitanos, envolvendo-os numa densa camada de timbres acordes e sem sons gulturais
esse semi-índio, (vide o briquinho de pena na orelha direita).
Saído ainda feto da aldeia dos tupuarã, (mesma terra de silvano da silva solon salles) presencia o primeiro carnaval, em 1572, puxado por Armandinho, Dodô e Osmar, os dinossauros da bahia...que ainda tem participação especial de Pedro Alvares Cabral tocando guitarra, afinal essa folia toda vinha lá de portugal, pois de lá só vinham presos e condenados, então tinham de comemorar aqui, o que poderia ser uma espécie de alforria.
As primeiras festas na verdade começaram nas caravelas, 5 dias depois que cabral chegou a praia de piatã (no boteco do Chico Índio pra ser mais preciso!). Ele chamou algumas índias para uma festa nas caravelas depois de embebedou-as, afinal depois de encher as bichinhas de água, segundo o pensamento de Seu Cabral, ficava mais divertida a festa nas suas dependências.


...Será que os índios finalmente puderam conhecer as dependências das embarcações? O que terá acontecido a Luiz? E o que foi feito do E.T.?? (ops! isso faz parte dos outros capítulos!)


CONTINUA...