quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

5 Dicas para ser pobre. (Para Amanda Maron)

A vida é muito linda até passarmos no vestibular e sermos obrigados e viver um tantinho longe da barra da saia de mamãe. Aí você vai morar com desconhecidos, para dividir as despezas. Depois você vai ser estagiário da instituição pública que faz questão de atrasar seu salário todo mês e blá blá blá whiskas. Estou nessa vida há quase 3 anos e admito, tem horas que dá vontade de se matar. Mas ainda não dei uma de "Cãrt Cobein". Tô aqui viva, forte, pobre e feliz.

Desde que saí da casa dos infernos, das moradoras de satanás, tenho tido o mínimo de paz na minha vida e estava achando tudo ótimo. Até que no segundo mês da minha "vida de solteira" o bolso pesou geral, descobri que meu estágio termina esse mês, lembrei que o dinheiro não ia dar e entrei em desespero. Já estava pensando em trancar a faculdade, comprar uma passagem para Ipiaú dividida em 5x no cartão do meu namorado, no ônibus comercial e sem seguro, ou fazer amizade com os mendigos da cidade para garantir uma marquize para dormir. Mãããããs... foi aí que uma luz, digo Amanda, surgiu no fim do túnel.

- "Vou me mudar pra sua casa o mais rápido possível!"

- "É MARA!"



















Pense em duas pessoas, na mesma pendenga morando de baixo do mesmo teto. Mas para a nossa nova vida (a qual eu já estou até bem acostumada...) e para os que passarão por isso daqui para frente aqui vão algumas dicas:

1- Esqueça seu celular à conta. Apele para o pós-pago, que você só irá colocar créditos de 3 em 3 meses. Quando faltar o crédito apele para os 3 segundos ou a famosa "chamada à cobrar".
2- Esqueça o yakssoba, o sushi, o talharim e a lasanha 4 queijos. Daqui pra frente é abusar do miojo e da farofa de coisa dentro. Feijão, arroz e carne de vez em quando.
3- Esqueça a Vogue, Rolling Stones, Bravo!, Piauí. Daqui pra frente, se quiser ler, procure aqueles links de assinaturas gratuitas por 1 mês da Veja ou da Caras. Na pior das hipóteses, roube umas revistinhas do consultório do seu dentista.
4- Quebre todos os seus cartões de crédito e passe longe, muito longe do comércio de sua cidade. Até daquelas lojinhas que vendem blusas bonitinhas de 15 reais. Apele para uma visita melodramática a sua tia costureira, ou a sua amiga super fashion que troca de guarda-roupa todo mês para ver se você consegue faturar alguma coisinha.
5- Esqueça o martini com azeitonas, cerejas e afins, assim como também a tequila e a vodca Absolut. Se quiser beber, compre um litro de vinho Dom Bosco e se mate dentro de casa, assistindo a novela das oito. Se essa opção lhe parecer asquerosa demais, aproveite e largue o alcoolismo.

No mais...seja feliz!



P.S: Meu salário veio. Mas já foi embora.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sexta-feira 13

Acabo de descobrir que meu salário (que era pra ter saído dia 10) só irá dar o ar da graça daqui a 1 MÊS!


Pausa: Estou me concentrando para me jogar no Rio Cachoeira!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Fundo do poço


É exatamente daí que consigo ver o mundo agora. Sei que parece exagero, pois tenho aparentemente uma boa vida. E tenho mesmo. Mas nem sempre aquilo que parece ser o ideal pra gente realmente o é. Acho que já escrevi isso aqui algumas vezes. Porque volta e meia, quando tudo parece normal, percebo que nada disso está me fazendo feliz. Passo a vida inteira clamando por uma vida normal, mas quando a tenho, rejeito. Quando não a rejeito, deixo que ela se transforme em monotonia e isso se infesta em tudo que está ao meu redor como uma doença infecciosa. Tomo aversão até pelas coisas que mais amo na vida. O pior é que não tenho força suficiente para aguentar a cura dolorosa. E então abandono tudo e me interno em quarentena no poço mais fundo que encontro pela frente. Fico lá por dias, as vezes meses...

Não sei como será dessa vez, mas cá estou eu no escuro, com o coração na mão e um nó na garganta, cabeça baixa esperando força para se erguer, olhar a luz que vem do topo e ter motivação para subir de volta e ir apreciar o que tem lá fora. Se conseguir.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

"I'm here but I'm really gone."

Acordei achando que ainda sonhava. O dia estava lindo e meu coração se encheu de uma paz que eu já não sentia a muito tempo. Passei o dia me preparando psicologicamente para o que estaria por vir. Meu telefone não parou de tocar o dia inteiro. Família e amigos querendo saber da minha ansiedade. Ao meu lado, o mas especial de todos, me enchendo de um carinho tão puro que só ele consegue me dar. Durante a tarde, chegaram aqueles amigos que não podiam faltar. Juntos formavamos o menor, porém mais eufórico, fá-clube que a Alanis pode ter. Ao fim do dia tomei uma cerveja, ganhei a benção de minha mãe e de todos os santos e fui.

Após encarar um ônibus lotado e um engarrafamento louco, chegamos ao local. O lugar estava lindo, tinha atração pra todas as tribos, mas eu não conseguia pensar em outra coisa. Ao ver o palco principal, notei que a coisa seria difícil pra mim. Havia uma divisória que separava a parte da frente da pista (área VIP, mais próxima do palco) da parte de trás dedicada aos menos favorecidos (nós). SIM, era um evento segregado! Eu jamais conseguiria chegar perto dela. Foi aí que eu não pensei duas vezes e caí no meio do povão. No show do Capital Inicial começou a minha Odisséia. Era quase impossível se deslocar no meio de tanta gente. De onde eu estava não conseguia enxergar nem o telão que mostrava os detalhes do show. Nunca senti tanta raiva por ser, além de pobre, baixinha. Mas não desisti. Passei o show do Capital inteiro pegando o vácuo da fila de policiais que passavam pelo local. Tanto andei que ao fim do show consegui chegar à "grade da segregação". Era o melhor lugar daquela ala que eu poderia ficar. Passei todo o intervalo num nervosismo que fazia minhas pernas tremerem e meu estômago embrulhar. Quando ouvi a voz da Alanis ecoando pela primeira vez eu não sabia se gritava ou chorava. As pessoas se amontoaram ainda mais e eu perdi a visão mais uma vez. Meus amigos abriram espaço e me posicionaram mais à frente. Quando finalmente consegui ver aquele anjo em cima do palco, andando e balançando os cabelos, enlouqueci. Cantava, berrava e pulava o tempo inteiro. Até que uma véia começou a me cutucar reclamando que eu estava pisando no pé dela. Agora me respondam: que diabos uma VÉIA, juba de pentelho, queria no show da Alanis?

Minha senhora, só uma dica: "VÁ TOMAR BEM NO MEIO DO OLHO DO SEU CU!"

Eu estava em estado de graça. No nirvana. Nada nesse mundo poderia estragar aquele momento. Alanis é linda, iluminada, do jeito que eu sempre imaginei. O repertório foi maravilhoso. "An' what it all comes down to"...foi um sonho realizado. O sonho mais lindo que já tive em toda a minha vida. Se felicidade tivesse nome naquele lugar, com certeza seria: LAÍSA.




Agradecimentos:

Vicente Picapau - por ter me presenteado com o ingresso do show.

Duran - por ter sido meu alicerce durante toda essa odisséia e ter me dado o melhor abraço do mundo após o show para que eu secasse minhas lágrimas.

Rilson, Talitha e July - por estarem do meu lado, tornando este momento ainda mais especial pra mim.

Minha mãe - pela benção e por ter liberado o empréstimo, ainda que contra a vontade. :D

Meu irmão, Allan - por ser responsável por essa minha paixão pela Alanis.

Paulinha - pela simpatia, pela foto com minha cara de mongol e pelos vídeos.

Ao rapaz que estava do meu lado e eu não sei o nome - por ter acalentado minhas lágrimas sem nem me conhecer.

A todos vocês, amigos do blog e amigos do dia-a-dia que torceram por mim... THANK U!

Abaixo o "onde está Wally?".